Renata Vasconcellos é muito bonita. Mas, se a gente só descrevê-la, parece uma
mulher comum: olhos e cabelos castanhos, 1,71 metro de altura e 60 quilos. O
rosto perfeito, o tom de voz firme e o jeito elegante formam um conjunto que
hipnotiza o interlocutor. Logo quis saber seu segredo de beleza. Ela respondeu
com simplicidade: "Adoro misturar pomada para assadura de nenê com um
creme hidratante e passar nas olheiras. É infalível!" Pensei em quantos
tubos de antiassaduras a humanidade precisaria... Aos 41 anos, com 20 de carreira,
a nova apresentadora do Fantástico é assim, uma mulher que acredita que luxo é passar o dia com os
pés no chão, no meio do mato, ao lado dos filhos, Antonio, 14, e Miguel, 12, e do marido, Miguel Athayde, 41.
Depois de 11 anos no Bom Dia Brasil, acordando
às 4h30 para apresentar o telejornal, o que mudou em sua rotina à frente do
Fantástico?
Estou aproveitando para sair para jantar, o que eu não fazia mais, ou ir ao
cinema durante a semana. Faço coisas simples, mas que normalmente não podia
fazer porque precisava dormir muito cedo. Outro dia, num domingo, fui dormir às
2h! Gente, dormir às 2h da manhã é uma delícia!
Como está o seu fuso horário?
Ainda está doido. De vez em quando, tomo remédio para dormir. Mas tenho
dificuldade para dormir, sou do tipo que não dorme em avião... E, mesmo podendo
ficar acordada até mais tarde, acabo me levantando no meio da madrugada.
Depois, sinto um megassono pela manhã. Tem essa coisa do calendário também.
Trabalhando aos domingos e folgando às segundas, não sei mais quando a semana
começa e termina.
E como os seus filhos (Antonio e Miguel, de
seu casamento com o empresário Harold Mac Dowell) estão lidando com essas
mudanças?
Estamos em processo de adaptação. Acho que pega mais nos fins de semana, porque
durante a semana todo mundo tem suas atividades, eles têm escola... Outro dia,
as crianças falaram: "Mãe, vamos viajar para a serra?" (Renata está
construindo uma casa na região serrana do Rio.) Eu disse que não poderia,
porque ia apresentar o Fantástico. Mas há muita compreensão. Eu entendo que
eles precisam viajar e eles sabem da importância do meu trabalho.
Como é a rotina deles? Gostam de ficar na
internet?
Não ficam muito na internet, não. Nem eu. Não tenho Facebook, Twitter nem
Instagram. O tempo anda tão curto, acho que a gente precisa priorizar. Eu
prefiro ler um livro. O mais velho tem rede social, mas o mais novo, não. Meus
filhos gostam da natureza, de ir para a rua, de andar de skate e brincar. O
mais novo adora cinema. Acho que ele vai ser roteirista. Ele está sempre
criando histórias e adora brincar de Lego também. Já o mais velho gosta de
skate. Se eu fico com o coração na mão? Não, ele sabe andar legal, e é bem
maduro para a idade dele, tem a cabeça no lugar. E gosta de escrever poesia,
está lendo Machado de Assis!
É rigorosa na educação deles?
Sou tranquila, mas estou sempre os acompanhando. Sei onde estão e eles me
ligam. Meus filhos também raramente vão para a noite. Eles são parecidos
comigo, preferem o dia. Acho que não dão trabalho. O mais velho, se deixar, sai
com o sapato furado. Ele põe uma fita crepe no tênis rasgado, acredita? Eu
pergunto: "Meu filho, você não está precisando de um sapato novo?"
Ele fala: "Não, este aqui ainda serve". Então, está bem (risos). Eles
vão cortar o cabelo no barbeiro, curtinho, e "vão bora", são assim.
Há quanto tempo você e Miguel Athayde
(diretor de jornalismo da Globo Rio) estão juntos?
Eu me separei há seis anos e posso dizer que eu e Miguel estamos juntos há mais
ou menos um ano.
Estão casados oficialmente?
Sim. Mas fizemos apenas um jantarzinho em família para comemorar. No outro
relacionamento, eu me casei de véu e grinalda. Neste, nem moramos juntos.
Vivemos em casas separadas. Não sei se vamos morar juntos. Acho que o segundo
casamento é sempre algo mais maduro.
Qual frase?
Prefiro manter em segredo...
Prefiro manter em segredo...
Pensa em ter mais filhos?
Miguel já tem um filho de 9 anos e eu tenho dois. Acho que, no quesito
maternidade, eu me sinto preenchida. Mas, se pintar, ok. Confesso que não é
algo que queremos. Ainda temos muitos desafios da maternidade e da paternidade
pela frente.
Já fez plástica?
Nunca fiz uma intervenção e não sou contra plástica. Mas sou a favor do direito
de a gente envelhecer. Inclusive, acho muito bonito saber envelhecer. Não
escondo a idade, não quero parecer mais jovem do que sou, quero estar bem.
Claro que a gente gosta de se sentir bonita. Antigamente, eu acordava e a pele
estava com aquele viço, agora está caindo um pouco (risos), mas, ah, tudo bem.
A vida passa muito rápido para ficar preocupada com isso o tempo todo.
Como você lida com a beleza?
Lido da forma mais natural possível. Eu agradeço, adoro ser chamada de bonita,
quem não gosta? Não nego isso, eu me considero uma mulher bonita, sim, e fico
lisonjeada. Mas eu boto isso no seu devido lugar, porque a beleza tem várias
formas. Acho que é um conjunto, um estado de espírito. Essa beleza que as
pessoas veem não e só física. Ela vem da voz, da maneira como me posiciono no
trabalho, na vida. Não é a coisa mais importante do mundo, mas não negligencio
isso. Faço ginástica, me alimento bem. Evito, claro, um ar mais sensual, até
porque não sou assim, gosto de ser discreta. Curto a simplicidade. Quer me ver
feliz? É me ver de cara lavada, com o cabelo preso, de jeans, camiseta e uma
rasteirinha. Essa sou muito eu.
Mas você passa a imagem de uma mulher
sofisticada...
O que eu posso te afirmar é que gosto das coisas simples, que, para mim, são de
uma sofisticação imensa. Não há nada mais maravilhoso do que acordar, botar o
cabelo para trás, calçar um chinelinho e entrar em contato com a natureza. Eu
amo ficar com o pé no chão, pegar coisas da horta e fazer uma salada, ouvir os
passarinhos pela manhã... Isso, sim, para mim, é um luxo. Sou feliz no meio do
mato. Quero envelhecer lá.
Gosto de usar meu guarda-roupa, tenho de estar me sentindo muito eu, porque não
sou uma personagem. Mas fiz provas de figurino, porque no Fantástico tem essa
coisa de mostrar o corpo inteiro, de as roupas serem elaboradas. Isso é uma
novidade para mim, porque nos outros jornais eu botava um blazer e pronto.
O que a deixaria incomodada?
Não gosto de usar decotes profundos e detesto roupa colada ao corpo. E adoro usar calça, um terninho. Eu me sinto muito segura, tipo: 'Vamos trabalhar!'
Não gosto de usar decotes profundos e detesto roupa colada ao corpo. E adoro usar calça, um terninho. Eu me sinto muito segura, tipo: 'Vamos trabalhar!'
Beleza em dobro
Renata Vasconcellos tem uma irmã gêmea, a estilista Lanza Mazza, coordenadora de estilo
da grife Cantão. A semelhança extrema faz com que a irmã seja facilmente
confundida por fãs de Renata. Na juventude, as duas chegaram a fazer trabalhos
como modelo. A jornalista conta que sempre que saíam à rua, em Ipanema, zona sul
carioca, onde nasceram e foram criadas, chamavam muito a atenção.
"Tínhamos uns 16 anos. Aceitávamos porque ganhávamos um dinheirinho, mas
nunca fomos modelos de verdade, isso é uma lenda. Acho até maldade com as
profissionais falar que fomos modelos. E nunca quisemos seguir essa
carreira", lembra a apresentadora.
Fonte: Revista Contigo
Link da entrevista: http://mdemulher.abril.com.br/tv-novelas-famosos/reportagem/acontece/renata-vasconcellos-nao-escondo-idade-nao-quero-parecer-mais-jovem-sou-760588.shtml
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